terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os 5 experimentos mais anti-éticos da psicologia

Por oucaalto.blogspot.com
  • DAVID REIMER
Em 1965, na cidade de Winnipeg, nos Estados Unidos, Janet e John Reimer, um jovem casal de fazendeiros mal saído da adolescênca deu à luz a Brian e Bruce, um par de gêmeos. Aos 8 meses de idade, por indicação médica, as crianças foram levadas a um hospital onde sofreriam uma circuncisão tida como de rotina. Num episódio que nunca foi totalmente esclarecido, foi usada uma agulha de eletrocauterização ao invés de um bisturi para retirar o prepúcio de Brian, procedimento que destruiu completamente seu pênis. Quando seus pais visitaram o psicólogo John Money, ele sugeriu uma solução simples para um problema complicado: uma mudança de sexo. Seus pais estavam perturbados pela situação, mas finalmente concordaram com o procedimento. Eles não sabiam que a intenção verdadeira do terapeuta era provar que a identidade sexual era determinada pela criação e não pela natureza. Para o seu próprio ganho pessoal ele decidiu usar David como o seu estudo de caso privado.


David, agora com o nome Brenda, teve uma vagina construída e recebia suplementos hormonais. John disse que seu experimento foi um sucesso, ignorando os efeitos negativos da cirurgia de Brenda. Ela agia como um menino e tinha sentimentos confusos e conflitantes sobre uma série de tópicos. O pior é que seus pais não o informaram do acidente de infância. Os pais levavam periodicamente os dois filhos para sessões de “psicoterapia” com Money. Segundo consta, tais sessões foram profundamente traumáticas para ambas as crianças. Nelas, possivelmente num esforço de estabelecer as diferenças de comportamento sexual entre homem e mulher, Money lhes mostrava fotos sexuais explícitas e teria feito as criançs encenarem posições de coito. Isso causou um tremor na família. A mãe de Brenda era suicida, o pai alcoólatra e seu irmão era extremamente depressivo.

Finalmente os pais de Brenda contaram sobre seu verdadeiro sexo quando ela tinha 14 anos de idade. Ela decidiu então tornar-se David novamente e parou de tomar estrogênio, e fez uma reconstrução peniana. John não reportou outro resultado insistindo que seu experimento havia sido um sucesso, deixando de fora muitos fatos sobre a luta de David sobre sua identidade sexual. Nesse ínterim, a mãe que se sentia culpada e desorientada com a situação da “filha”, tinha entrado em depressão e, a certa altura, tentara suicídio. O pai desenvolveu um alcoolismo grave e o irmão gêmeo Bruce, começara a usar drogas e a praticar atos delinqüenciais ao atingir a adolescência. Em 2004, então com 38 anos, David tirou a própria vida.
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  • ESTUDO MONSTRUOSO
Em 1939, 22 crianças órfãs foram submetidas a experimentos por Wendell Johnson, da Universidade do Iowa, EUA. Ele escolheu Mary Tudor, sua estudante de graduação, para conduzir os experimentos e apenas supervisionou a pesquisa.

Depois de separar as crianças em grupos um grupo experimental e outro de controle, Mary falou para um grupo de crianças sobre a boa fluência de suas maneiras de falar as elogiando, isso é chamado de terapia da fala positiva, em tradução literal. Em seguida ela fez o oposto com as outras crianças, depreciando-as por cada imperfeição da sua fala e dizendo que elas eram gagas.

Muitas das crianças que receberam o tratamento negativo no experimento sofreram de efeitos psicológicos negativos e outras tiveram problemas de fala durante toda a vida.


Apelidado de “Estudo Monstruoso” por alguns dos colegas de Wendell, que ficaram horrorizados com o fato de que ele havia feito experimentos em crianças para provar uma teoria. O experimento foi ocultado por medo de que ferisse a reputação de Wendell se fosse ligado aos experimentos realizados em humanos durante a Segunda Guerra Mundial. A Universidade de Iowa se desculpou publicamente pelo estudo em 2001.
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  • PROJETO AVERSÃO
O exército do apartheid da África do Sul forçou homossexuais homens e mulheres a realizarem operações de ‘mudança de sexo’ entre as décadas de 1970 e 1980 e os submeteu à castração química, eletrochoques e experimentos médicos antiéticos. Apesar de o número exato ser desconhecido alguns cirurgiões da época estimam que foram feitas 900 operações em um programa ultra-secreto para eliminar a homossexualidade do serviço.

Psiquiatras do exército, com a ajuda de capelões, expulsavam violentamente suspeitos de homossexualismo das forças armadas, enviando-os discretamente para unidades psiquiátricas militares. Aqueles que não podiam ser “curados” com medicamentos, terapia de aversão com choques, tratamento hormonal e outros meios “psiquiátricos” radicais foram castrados quimicamente ou receberam cirurgias de mudança de sexo. A maioria das vítimas tinha entre 16 e 24 anos de idade.


O Dr. Aubrey Levin (imagem), que encabeçou o estudo, é hoje professor clínico do departamento de psiquiatria da Divisão Forense da Universidade Calgary. Ele também mantém um consultório particular e é prestigiado junto da ordem de médicos e cirurgiões de Alberta.
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  • TESTES DE DROGAS COM MACACOS
Apesar de experimentos com animais serem essenciais para o desenvolvimento de tecnologias ligadas à saúde do ser humano e salvar vidas, houve experimentos que ultrapassaram os limites da ética. Os testes com drogas de 1969 foi um destes casos. Neste experimento um grande grupo de macacos e ratos foram treinados para injetar em si mesmos uma variedade de drogas que incluíam morfina, álcool, codeína, cocaína e anfetaminas. Assim que os animais aprendiam a se auto-injetar eles eram deixados com seus próprios dispositivos com grandes suprimentos de cada droga.


Os animais ficaram tão perturbados, como se pode esperar, que alguns tentaram escapar com tanto fervor que quebravam seus braços no processo. Os macacos que tomavam cocaína sofreram convulsões e em alguns casos arrancavam os próprios dedos como possível conseqüência de alucinações. Um macaco que tomava anfetaminas arrancou todo o pêlo de seus braços e abdômen. Os que tomavam cocaína e morfina de maneira combinada morriam em duas semanas.

O propósito do experimento era simplesmente entender os efeitos do vício e uso de drogas, um objetivo para o qual a maioria das pessoas racionais e éticas entende que não seria necessário causar tanto sofrimento em animais.
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  • PEQUENO ALBERT
Em 1920 o psicólogo John Watson, pai do behaviorismo, costumava usar órfãos em seus experimentos. Ele queria testar a idéia da origem do medo: se era inato ou aprendido como uma resposta condicionada. O apelido do bebê de nove meses que John escolheu em um hospital era Pequeno Albert que era exposto a um coelho branco, um rato branco, um macaco, máscaras com e sem pêlos, novelos de algodão, jornal em chamas e uma miscelânea de outras coisas por dois meses sem qualquer tipo de condicionamento.

O experimento começou quando Albert foi colocado em um colchão no meio do quarto. Um rato branco de laboratório era colocado próximo a ele e o bebê brincava com o animal. Neste ponto a criança não demonstrou qualquer medo do bicho.

Então John fazia um barulho alto por trás de Albert ao bater em uma barra de aço com um martelo quando o bebê tocava o rato. Nestas ocasiões Albert chorava e mostrava medo quando ouvia o som. Depois disso haver sido repetido diversas vezes, Albert ficava muito nervoso quando o rato era mostrado. Albert havia associado o rato branco com o barulho alto e isso produzia a resposta emocional do medo.


O bebê passou a generalizar sua resposta de medo a qualquer coisa fofa ou branca (ou ambos). O fato mais infeliz deste experimento dói que o Pequeno Albert não teve o seu medo tratado. Ele foi levado do hospital antes que John pudesse fazê-lo. Abaixo segue o vídeo com  a experiência:

O que mais me intriga, é o fato de que todos esses experimentos foram descobertos algum tempo depois de realizados.

E hoje? O que nossos brilhantes cientistas estão fazendo?

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