sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Can We Please Stop Whining About The Death Of Journalism Already?

It's inescapable.
You can't go anywhere online these days with being affronted by yet another hand-wringing essay, speech, or diatribe about how screwed we will all be when "journalism" disappears (today's is from Leonard Downie of the Washington Post).
Of course, these tales of woe aren't really about "journalism," at all.  They're about newspaperschange. and
"Journalism" is alive and well, as evidenced by the still-robust health of companies like Bloomberg and Reuters, the survival of the New York Times, Wall Street Journal, and other great news organizations, the hyper-growth of online news and commentary sites, and the rise of social media.  And change is inevitable.
It bears noting that, almost without exception, these hand-wringers are written by people who run or own newspapers.  Thus, in the interest of fairness, they should probably be accompanied by a disclaimer that goes something like this:
And, yes, if we don't save newspapers, my fortune, ego, and life's work will go down the tubes, my shareholders will get killed, and many of my employees will get sacked--and like hell I'm going to let that happen without a fight.
The Internet is doing to the news business the same thing it has done to dozens of other industries: disrupting it.  Specifically, it is taking an old, inefficient system and making it much faster and more efficient.  It is also eliminating enormous overcapacity in the news business (yes, overcapacity--society doesn't need hundreds of White House reporters).  As always, this disruption is painful, but it's not necessarily bad.  In fact, as far as a lot of people are concerned, it's better.
How do we know this?
Because folks who have embraced the changing ways of exchanging news and information are not writing essays about how the whole world is falling apart.  In fact, most of them prefer this new world to the old.
For every horror story about how awful and un-accountable this new world is going to be, moreover, there are dozens of examples of uncovered sleaze, unfairness, and hypocrisy that never would have been reported in the old mainstream media world.
  • Would we really have gotten a better sense of the Iran protests from a single NYT bureau instead of thousands of Twitter and Facebook images?
  • Would CBS's fake National Guard documents have been outed so rapidly?
  • Were we really better off when we had to wait for PR people at companies to package layoffs or problems instead of reporting employee and customer chatter as it occurs?
  • Is it really better to have a handful of reporters and editors tell us what they think is important instead of letting anyone who wants to weigh in weigh in?  (Can anyone seriously believe this?  Thousands of expert readers constitute a much better fact-checking department than the best news organization in the world.) 
Will some things be lost in the transition?  Of course.  Some things are always lost in transitions.
Should we continue to have non-profits like NPR that conduct journalism with contributions and public funds?  Of course. And if these contributions increase, great.
Should we keep encouraging entrepreneurs to experiment with new business models for news?  Of course.  (And although this isn't welcome news to those who own newspapers, some of them are actually coming along quite nicely.)
But can we please at least wait a few minutes to see how this new world is going to turn out before moaning that everything is going to the dogs?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mentir, o Verbo

 Por Sérgio da Costa Ramos


Os políticos — sem generalizações — mentem. “Aliás, todo mundo mente — e quem diz o contrário, mente mais ainda.” Mas ninguém é tão especialista em mentira quanto os políticos.
Eles mentem “profissionalmente” e têm consciência disso. Não estão preocupados em cumprir promessas. Mentem para se dar bem. E quando acreditam na própria mentira, seu poder de persuasão se torna infinitamente maior.
No Brasil, “um político mente não só pelo verbo, mas pela verba” — digo eu.
O autor dessas ousadias, segundo as quais “a mentira é o pilar das nossas relações sociais”, é o filósofo americano David Livingstone Smith, da Universidade de New England, para quem “a dissimulação é parte da vida em sociedade e o mundo seria um caos se todos decidissem falar a verdade”.
Admitamos que todo mundo mente um pouquinho. E que as pessoas de bem cometem  mentiras “piedosas”, como elogiar um gordo, achando-o “mais elegante”, ou animar um doente terminal, combinando “uma viagem” ou um “churrasquinho”, “para quando saíres deste quarto”.
São mentiras veniais, bem diferentes das “venais”, que movem os céus e as terras, especialmente o mundo financeiro e político. Do que se nutrem as chamadas “Bolsas de Valores”, senão da boataria e da especulação mais desabrida? E as campanhas políticas? O que seria delas sem uma boa dose de mentira e dissimulação?
Se o filósofo Smith tem razão, precisamos todos conhecer as virtudes da mentira, pelo menos para  praticar a menos virulenta — a mentira socialmente mais aceita, posto que, apesar de “cultivada”, esta senhora é profundamente renegada do ponto de vista moral.
Para conhecer melhor a “criatura”, fomos encontrá-la em sua luxuosa alcova, mal encoberta por véus sensuais, que insinuavam suas formas sem desnudá-la completamente.
O paradoxal na vida da Mentira é que ela se traveste de Virtude, para melhor seduzir os seus fiéis praticantes. 
A dissimulada criatura recebeu-me com um jeito tímido, cheia de cílios, esperando que tomasse toda a iniciativa, como aliás, se espera de uma senhorita educada. Parecia espantada, com um ar assim de “o que é que esse sujeito quer saber de mim”?
Minha primeira pergunta foi muito simples: 
Então, você sempre morou em Brasília?
Morei uns tempos. Mas logo notei que aquele não era ambiente para uma moça de boa família.
E os políticos, eles te amam?
Olha, sou muito útil. Mas eles me usam e depois me jogam fora. Mentem pra mim. Pode? Mentem para a própria Mentira...
— E o que você diria daquela famosa máxima de Bernard Shaw, “A Virtude não passa de uma tentação insuficiente”?
É uma verdade. 
Diz aí uma grande mentira.
Os governos sempre prometem “cortar despesas e zelar pelo dinheiro público”. Mas todos eles piscam um olho pra mim...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Brasil será 'a grande história' de 2010, diz 'Financial Times'

Em artigo, comentarista diz que 'o Brasil é a potência do século 21 a se observar'.

Um artigo publicado na edição desta terça-feira do jornal "Financial Times" afirma que "o Brasil é a potência do século 21 a se observar".
Assinado pelo comentarista Michael Skapinker, o artigo compara duas visões antagônicas do país - uma negativa, na qual se sobressaem problemas de violência e desigualdade social, e uma positiva, que ressalta uma economia pujante e plena de recursos naturais. Sem tomar partido por uma das visões, o comentarista diz que o país será "a grande história do próximo ano".
Os fundamentos de sua avaliação foram apresentados por ele em um recente encontro que reuniu jornalistas de diferentes publicações internacionais.
"O Brasil acabava de passar por uma crise financeira em boa forma. O país estava sentado em uma vasta descoberta de petróleo em alto mar. Havia testemunhado a maior abertura de capital do mercado neste ano - os US$ 8 bilhões colocados em bolsa pelo braço brasileiro do Santander. Seria também a sede de dois dos maiores eventos esportivos do mundo: a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016."
Para Skapinker, o outro lado da moeda seria a violência. "Não pude esconder certa palpitação em relação às desvantagens conhecidas do Brasil", diz ele, citando relatos e notícias de furtos, assaltos à mão armada a sequestros.
"Não vi nada disso", diz o comentarista, que recentemente fez sua primeira visita ao Brasil. "Mas dois dias após minha saída do país, enfrentamentos armados entre gangues rivais no Rio custaram pelo menos 14 vidas, incluindo as de três policiais mortos quando o helicóptero em que estavam foi abatido."
Para o comentarista, "é grande crédito do Brasil que, durante vários dias de encontros e entrevistas no Rio e em São Paulo, ninguém negou que o crime violento é uma realidade no país, e pode ter um sério impacto no seu desenvolvimento".
Já pelo lado positivo, diz Skapinker, "o Brasil é um país com imenso potencial, um povo acolhedor e diverso, excelente comida e diversas empresas de porte mundial".
"Diferentemente da China, o Brasil não tem conflitos étnicos agudos e é uma democracia partidária. Os brasileiros reclamam da corrupção de seus políticos, mas apontam que, ao contrário dos Estados Unidos, os resultados das eleições presidenciais - a próxima é em outubro de 2010 - são anunciados rapidamente."
O comentarista acrescenta que a riqueza petroleira, em um país que produz a maior parte de sua energia de hidrelétricas e etanol, representa um "prospecto intrigante". "Os brasileiros sabem que o petróleo pode ser uma maldição ou uma bênção. A maneira como empregarem sua nova riqueza determinará se o país se tornará uma força no século 21."
O comentarista encerra o artigo retomando sua idéia inicial. "O Brasil será uma grande história - não apenas no próximo ano mas por muitos anos."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Animais eram julgados e até executados na Idade Média

Já naquele tempo os animais sofriam com a burrice humana.

Em 1386, um julgamento na cidade francesa de Falaise condenou o réu à pena máxima, enforcamento em praça pública, por cometer infanticídio – assassinato de criança. No dia da execução, o povo se aglomerou para ver o espetáculo. Pela importância da solenidade, o carrasco recebeu um par de luvas brancas. No centro do show estava a ré: uma porca. Sim, isso mesmo. A porca havia sido julgada e condenada à forca. Na Europa feudal, o julgamento de animais era comum, já que se acreditava que, se eles eram responsáveis por crimes, deveriam responder por eles.

O júri era igual ao aplicado aos humanos – e até a advogados os animais tinham direito. A interpretação da criminalidade animal provavelmente vinha das crenças judaico-cristãs. Em uma passagem bíblica, a morte por apedrejamento é citada: “E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne se não comerá; mas o dono do boi será absolvido.” (Êxodo, capítulo 21, versículo 28).

Segundo a professora de literatura inglesa da Universidade da California e autora do recém-lançado "For the Love of Animals: The Rise of the Animal Protection Movement" ("Pelo amor dos animais: o surgimento do movimento de proteção animal", em tradução literal), Kathryn Shevelow, em entrevista ao G1 por e-mail, a tradição de julgamentos era especialmente comum na França. "Os crimes eram geralmente homicídio ou crimes sexuais, como de humanos que fazem sexo com animais. Nessa época, os homens consideravam os animais moralmente responsáveis por seus atos."
No livro “The criminal prosecution and capital punishment of animals”, inédito em português, o americano Edward Payson Evans examina detalhes de 191 casos do tipo. Segundo ele, os julgamentos ocorreram principalmente entre os séculos XV e XVII, sendo que o primeiro registro encontrado pelo autor data de 824, quando toupeiras foram excomungadas no Vale de Aosta, noroeste da Itália. O último caso, segundo o livro, foi em 1906, quando um cachorro foi julgado em Délémont, na Suíça.
Em alguns casos, os animais obtinham clemência. O júri podia ser tanto eclesiástico como secular, e o crime mais comum era homicídio - mas também foram registrados roubos. Além dos porcos, entre os bichos citados há abelhas, touros, cavalos, ratos, lobos, gatos e cobras.
Porcos
Entre os animais acusados, os porcos estavam entre os que mais frequentavam o banco dos réus. Segundo escreveu Piers Beirne, professor de criminologia da Universidade de Southern Maine (EUA), em um artigo sobre o assunto, o motivo de os porcos serem comunmente acusados é que eles viviam livremente com os homens, e seu peso e tamanho faziam com que causassem problemas.

Até século XX, crianças eram tratadas como 'pequenos adultos'

Nesta semana que passou, comemoramos o dia das crianças. Hoje, o dia das crianças mimadas e fúteis, que não é mais um mérito, apenas uma data comercial. Crianças que merecem ter o seu dia, são aquelas menos favorecidas, que lutam contra a miséria, que aprendem a ter responsabilidade a partir dos primeiros passos, que trabalham desde cedo para ajudar na renda familiar, mesmo que isso seja ilegal. Posto, a seguir, um relato da história infantil.
José Antônio Hüntemann


Por G1

"Maria, 9 anos, pastora. João, 10 anos, aprendiz de sapateiro." Assim eram registradas as crianças escravas nos inventários e testamentos do Brasil do século XIX, sempre com uma profissão associada ao nome.
E não eram apenas as escravas que precisavam trabalhar antigamente. Na Idade Média e mesmo nos séculos XVIII e XIX, logo que começavam a andar e a falar, os pequenos já aprendiam algum ofício, mesmo que doméstico. "As crianças eram encaminhadas para o mundo do trabalho realmente muito cedo", explica Mary Del Priori, historiadora e autora de "A História da Criança no Brasil" (Ed. Contexto).
Elas brincavam, competiam e conviviam com os adultos, segundo os estudos do historiador francês Philippe Ariès. As roupas, inclusive, eram parecidas. "Elas eram vistas como miniadultos", disse em entrevista ao G1 Ricardo Barros, historiador, mestre pela USP e professor do Colégio Paulista.
A substituição do trabalho pela escola começou a acontecer no final do século XIX e no começo do XX. No Brasil, a grande maioria das crianças ficava longe da escola. "As escolas públicas só vão ganhar a característica de ser um local para um amplo número de crianças no século XX, e isso por conta da luta de anarquistas e comunistas, notadamente imigrantes. No início, as escolas eram proibidas para crianças negras ou filhos de escravos", disse Mary Del Priori.
A autora ainda conta que as primeiras crianças de rua foram trazidas ao Brasil pelos padres jesuítas no século XVI. Elas eram tiradas das cidades portuárias portuguesas e trazidas à colônia para trabalhar.
Outra característica que mudou foi a mortalidade infantil. Somente na segunda metade do século XIX os médicos começaram a se preocupar realmente com o fato de as crianças morrerem cedo e terem muitas doenças. Mary Del Priori resume: "Eu diria que a criança brasileira no passado era uma sobrevivente, diferentemente de hoje, que a criança tem atenção do pediatra, do psicólogo, do orientador educacional e dos pais."

Casas de banho da Roma Antiga eram loja, biblioteca e prostíbulo num só lugar.

Imagine um só lugar onde você possa fazer compras, alugar livros, fazer ginástica e trilhas, ver obras de arte, comer, tomar um banho quente e até contratar uma prostituta. Pois assim eram as casas de banho da Roma Antiga. Em pleno século II A.C., os romanos criaram estabelecimentos que concentravam tudo o que a vida social exigia - e de graça. As construções eram enormes e chegavam a abrigar milhares de banhistas.
O ato de banhar-se era visto mais como uma atividade social do que como um ritual de higiene para os romanos. Era nas termas que eles fechavam negócios, falavam de política e fofocavam. Os banhos tinham horários separados para homens e mulheres e eram liberados para escravos.
Segundo Katherine Ashenburg, autora do recém lançado "Passando a limpo - O banho da Roma antiga até hoje", "eles faziam o banho ser parte da vida social, um lugar em que eles passavam algumas horas do dia. Era como nossos clubes, nossos cafés, nossos spas. Eles podiam fechar negócios e contratar uma prostituta no mesmo lugar."
As termas de Dioclécio chegaram a acolher até 3 mil banhistas e tinham 13 hectares. As de Caracala, que hoje são ruinas bem conservadas, tiveram mais de 11 hectares.
Água quente
Os romanos tinham um sistema próprio para esquentar a água e distribuir o calor para as várias salas e piscinas. Chamado hipocausto, o método consistia em uma fornalha que esquentava o ar e o espalhava pelos espaços ocos das paredes e subsolos. As águas eram aquecidas em calderões e espalhadas por bombas e canos de chumbo.
Prostíbulos
Apesar de haver uma lei moral que impedia mulheres de se banharem com homens, não havia nenhuma proibição formal para isso. Não eram poucas as mulheres que preferiam comprometer sua reputação a abrir mão de um prazer dentro das casas de banho.
Em conseqüência, quanto mais as termas entravam na moda, mais escândalos de prostituição e promiscuidade surgiam. Para cortá-los pela raiz, entre os anos 117 e 138, Adriano emitiu um decreto que separou os banhos, reservando horas diferentes para homens e mulheres.
Mas isso não impediu a prostituição dentro das casas. De acordo com Ashenburg, "a prostituição dentro das casas de banho era normal e acredito que eram coisas normais na sociedade romana".
Declínio
Com o fim do império romano e a ascensão do cristianismo, as termas entraram em decadência. A cultura do banho romano desapareceu lentamente e as termas viraram elemento de domínio aristocrático nos séculos VIII e IX. A Idade Média chegou e repudiou tanto a prática dos banhos comunitários como quase qualquer lavagem feita com água. "Foi o período mais sujo da história", explica Ashenburg.



Ao lado, antiga casa de banho preservada na região de Bath, 160 km de Londres, na inglaterra (Foto: Marília Juste/G1)


Nazistas usavam escravas sexuais nos campos de concentração, diz livro

Os nazistas obrigaram mulheres a se prostituir em um sistema de bordeis nos campos de concentração, visando elevar a produtividade entre os prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial, revela um livro recém-lançado.


O chefe de segurança de Adolf Hitler, Heinrich Himmler, montou os bordeis e criou um sistema de bônus que os prisioneiros dos campos podiam usar para comprar privilégios, como cigarros ou sexo.

"Himmler acreditava profundamente na potência sexual dos homens. Pensava que o uso de bordeis poderia forçar os homens a trabalhar mais", disse Robert Sommer, autor de "Das KZ-Bordell", sobre os bordeis dos campos de concentração, na Feira de Livros de Frankfurt.

O primeiro bordel desse tipo foi criado no campo de concentração de Mauthausen em 1942, e em seguida o programa foi levado a dez outros campos, incluindo os maiores, como Buchenwald, Dachau, Ravensbrueck, Sachsenhausen e Auschwitz.
O último foi criado em 1945, meses antes do término da guerra, para atender ao campo de Mittelbau-Dora, onde eram construídos foguetes V2.

"Himmler acreditou até o final que o sistema funcionaria, coisa que não correspondia à realidade", disse Sommer, que passou quase dez anos fazendo pesquisas para o livro em cerca de 70 arquivos diferentes.

Sommer conseguiu entrevistar alguns homens que frequentaram os bordeis, mas não conseguiu falar com nenhuma das mulheres convertidas em trabalhadoras sexuais.

A maioria das testemunhas dos crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial já morreu. Mas o julgamento de John Demjanjunk, suspeito de ter sido guarda num campo de concentração e acusado de ajudar a matar 27.900 judeus durante a guerra, terá início no final de novembro.
Controle
Sob as rígidas leis raciais nazistas, os guardas da SS nos campos não podiam frequentar os bordeis, que também eram proibidos para os judeus e os prisioneiros de guerra russos, disse Sommer.

"Um prisioneiro alemão só podia procurar uma mulher alemã. Um prisioneiro polonês só podia ir a uma mulher polaca", disse o escritor à Reuters na feira anual de livros.

"Os campos estavam nos confins da sociedade, mas o controle era total."

A pesquisa de Sommer revelou que cerca de 200 mulheres foram usadas como trabalhadoras sexuais nos campos, em sua maioria alemãs, mas também algumas polonesas e ucranianas, além de uma holandesa.

Elas incluíam prisioneiras políticas e mulheres rotuladas pelos nazistas como "antissociais", como mendigas, desempregadas ou alcoólatras.

A SS recrutava mulheres que faziam trabalhos forçados, onde elas sabiam que não sobreviveriam muito tempo.
"A SS dizia às mulheres que, se se cadastrassem para trabalhar nos bordeis, seriam libertadas após meio ano. É claro que a promessa não era cumprida", disse Sommer.
"A partir do momento em que as prisioneiras tomaram conhecimento da mentira, a SS começou a selecioná-las à força."

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Brasil mantém posição em índice de qualidade de vida

Jornal O Estado de São Paulo

O Brasil conquistou mais pontos na nova lista do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2009 e se manteve na categoria de "desenvolvimento humano elevado". Com índice de 0,813, ocupa a 75ª posição e não é mais o lanterna desse grupo de países. Em 2008, o IDH era de 0,807. Na América Latina, permanece atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, México, Venezuela e Panamá.

Publicada hoje com o relatório Ultrapassar Barreiras, Mobilidade e desenvolvimento humanos, a lista deste ano traz uma nova categoria, a de países de IDH muito elevado. Ela agrega nações com índice superior a 0,900 - o IDH máximo é 1. Os três primeiros lugares no IDH são Noruega, Austrália e Islândia. A França, na 8ª posição, voltou a entrar nos 10 primeiros classificados depois de se ausentar do grupo por um ano. Também estão presentes nesse grupo Estados Unidos, Canadá, Suécia, Japão, Finlândia, Dinamarca, Espanha, Reino Unido, Israel, Coreia do Sul, Kuwait e Emirados Árabes.

O IDH é calculado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e serve de indicador para o bem-estar humano. Neste ano, foi ampliado de 179 para 182 países. No entanto, não captura os efeitos da crise econômica mundial, uma vez que os dados internacionalmente comparáveis são apenas de 2007.

Cinco países subiram três ou mais posições no ranking na comparação com a lista anterior: China, Colômbia, França, Peru e Venezuela. Aumentos de renda da população e da esperança média de vida foram os principais fatores. No caso de China, Colômbia e Venezuela, progressos na educação também contribuíram para a melhor colocação. Entre os países de IDH baixo, ocupado por uma maioria de países africanos, as três piores colocações estão Níger, Afeganistão e Serra Leoa.

O Pnud, instituição da Organização das Nações Unidas voltada para o desenvolvimento, calcula o IDH a partir do Produto Interno Bruto per capita, longevidade (expectativa de vida) e educação (índice de analfabetismo e taxa de matrícula dos estudantes). Esses três indicadores têm o mesmo peso no índice, que varia de zero a um.