terça-feira, 28 de julho de 2009

Inadimplência tende a estabilizar, diz diretor do BC



Patrícia Duarte

BRASÍLIA - Apesar da inadimplência ainda continuar resistindo, o Banco Central (BC) já enxerga que ela está entrando num período de estabilidade. Isso porque, afimou o chefe do Departamento Econômico da autoridade monetária, Altamir Lopes, os atrasos de pagamento mais curtos, entre 15 e 90 dias, já estão recuando.

- Esse movimento é um prenúncio de estabilização da inadimplência (atrasos acima de 90 dias) - afirmou Lopes.

Em junho, a inadimplência para pessoa física ficou estável em 8,6% e, para as empresas, aumentou de 3,2% para 3,4% de maio para junho. Foram justamente as empresas as que mais sofreram com a falta de crédito com a chegada da fase mais aguda da crise internacional, dificultando a rolagem das dívidas. No geral, a inadimplência chegou a 5,7% em junho, levando-se em conta apenas os créditos livres. Quando se soma os créditos direcionados, a inadimplência geral fica em 4,4%.

Todas taxas de juros das principais modalidades de crédito avaliadas pelo BC, tanto para pessoa física quanto para empresas, caíram em junho em relação a maio. No mês passado, a taxa média para pessoa física ficou em 45,6% ao ano (queda de 1,7 ponto percentual), a menor desde dezembro de 2007, quando ela ficou em 43,9%, recorde de baixa. Para pessoa jurídica, passou a 27,5 % ao ano (recuo de 1 ponto percentual).

O movimento continuou em julho. Até o dia 16, as taxas para empresas estavam em 26,8% e, para os consumidores finais, estáveis em 45,6%.

No semestre, o grande destaque ficou para os juros médios cobrados do consumidor final, com queda acumulada de 12,3 pontos percentuais. No mês passado, os juros médios do CDC para veículos recuaram de 29,2% ao ano para 26,9% ao ano, o menor da série. No cheque especial, a queda foi de 0,8 ponto percentual a 167% ao ano. No crédito pessoal, as taxas fecharam junho em 45,6% ao ano (menos um ponto cerntual), também o menor da série.

O BC informou ainda que os spreads bancários (diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor) também recuaram no mês passado. Para pessoa física, a queda foi de 1,7 ponto para 35,7 pontos percentuais. Para as empresas, o recuo foi de 0,4 ponto para 18,3 pontos percentuais.

A autoridade monetária informou ainda que o estoque total das operações de crédito do país chegou a R$ 1,278 trilhão, com alta de 1,3% no mês. Com isso, a relação crédito/PIB passou de 43,2% para 43,7%, reforçando o recorde histórico. O BC mantém a estimativa de que no ano, essa relação fique em 45%.