População desapareceu em 1546 depois da chegada dos conquistadores espanhóis
Por noticias.r7.com
Foto por AFP
Um sarcófago de pedra de mais de mil anos de idade, que pode dar pistas sobre os motivos do colapso da cultura Maia, foi descoberto no sítio arqueológico de Toniná, no estado mexicano de Chiapas. O arqueólogo Juan Yadeum, que coordena os trabalhos na área, informou nesta quinta-feira (28) que a tumba, descoberta em novembro por trabalhadores do Instituto Nacional de Antropologia e História, que realizavam escavações em Toniná, pode pertencer a um período entre 840 e 900 d.C.
- Trata-se de um sarcófago de pedra que mede 2 m de comprimento por 70 cm de largura, com 60 cm de profundidade e uma lápide com as mesmas dimensões. A descoberta deve revelar novos elementos sobre quem foram os causadores do declínio [da civilização Maia], se foi gente local influenciada por um grupo do Altiplano, ou pessoas vindas desta parte da Mesoamérica ou de Tabasco [sudoeste do país].
A civilização Maia, que ocupou a região entre 2000 a.C. até seu desaparecimento, em 1546, meio século depois da chegada dos conquistadores espanhóis, desenvolveu um avançado calendário, além de grandes cidades (as maiores de seu tempo no mundo) e uma organização política imperial.
Há várias teorias sobre seu fim. Algumas se referem a um enfraquecimento devido a lutas internas, guerras e rebeliões, assim como um possível abuso dos recursos naturais que destruiu o ecossistema e provocou longas secas e escassez de alimentos.
O instituto de antropologia comentou a descoberta por meio de um comunicado.
- [Esse tipo de sarcófago] é único no México antigo, e em certo sentido é parecido com o da "Rainha Vermelha", descoberto em Palenque em 1994, tanto por seu tamanho como pela ausência de inscrições.
No interior da tumba, que entre os anos 1490 e 1495 foi alterada por indígenas tzoziles, foram encontrados um vaso, um crânio deformado e fraturado em vários pontos, e ossos longos dispostos em forma de cruz.
Os restos mortais podem pertencer a uma mulher ou uma criança da alta hierarquia, uma vez que os globos oculares são menores, explicou Yadeum. No entanto, isso precisará ser definido com estudos de antropologia física.
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